quinta-feira, 18 de abril de 2013

número 7


procurava lugar - em mim - mais planície, mais fresco, mais ensolarado

achei!
quanto tempo perdido sem um balanço de pneu pra ver o pôr do sol...




terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

número 6

devia poder, quando a gente com o coração emocionado, ter a coisa que sonhou de olho aberto.

(eu sonhei de olho aberto. visão do céu aberto)

aquela imagem não me sai. verde quase até o céu e céu quase até o chão. muitas flores naquela varanda. e espaço. mundo inteiro. parecia que eu morava, no meu sonho de olho aberto, no mundo inteiro.
foi tão, que quando eu voltei para meu pedaço de chão, pequeno, não mundo inteiro, foi bom. tudo pequeno, tudo lugar de construção. pouco céu. pouco chão. foi até alívio. meu olhar cabia no que eu via.
as redondezas daqui, itupeva, muita surpresa. cada rua uma passagem de caminho, respiração alterada, poro arrepiado, paisagem, canteiro, vaca.
meu filho.
eu quero ainda o mundo inteiro. com céu comprido, verde invasivo. vertigem. sítio, fazenda, chão. tamu preparando o caminho, o coração, para poder merecer caber na vastidão.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

número 5

o dia começou com o dia que não acabou ainda.
ainda era ontem quando acordamos. Hari. eu.
noite sem sol e chuva.
chuva. foi mandada para regar o nosso gato.
plantamos Breton.
agora ele não corre mais perigo algum. nenhum outro cachorro danado vai mordê-lo e nenhum outro rato vai por ele ser capturá-lo.
foi na noite anterior.
escutei a cachorrada. eu achei q ele fosse voltar. ainda acho. foi na chácara do vizinho.a cachorrada.
a gente enterrou nosso gato, ele ainda era lindo.
Benné continua por aqui, irmão gato de nosso gato plantado.
eu quero dizer que tá muito ruim aqui sem ele. Breton. eu quero dizer que tá doendo muito. não tem poesia na minha dor.
ração para dois. que visão. Benné dormindo sozinho. ração para um.
Breton, nosso gato plantado, nunca mais vai voltar.
eu quero dizer também que Breton, gato plantado, era meu amigo. apaixonado. tigre guardião, ciumento, agradeço sua passagem em minha vida. veio me aquecer quando eu sentia solidão.
vou cuidar para sempre, gato plantado, do pedaço, cova, que você agora tá enfiado.
a você Breton, minha eterna gratidão e amor.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

número 4

ontem lua cheia vibrante. sol ardente da noite. sagüi de orelha branca. humano de orelha rosa. saímos para ver a lua: a gente habita a mesma morada?

número 3


jundiaí, valinhos, vinhedo, louveira. cidades vizinhas.para quem vem de são paulo, bairros vizinhos. para quem mora por aqui, diferentes moradas. portais, paisagens. estados diferentes.têm sido bom conhecê-las. cedo fora da cama, café da manhã no carro, hari de pijama e pé na estrada. primeiro a reunião de trabalho, depois o passeio: qual restaurante hoje vamos conhecer? muita simpatia pelas ruas e a sensação de grupo, de lógica urbana. colméia, boa  casa, de abelhas.morar no interior é bom. é moradia coletiva de humano. de humano caloroso.

número 2

itupeva é uma cidade que me surpreende. quando nos mudamos para cá, ela era para mim uma cidade de apenas duas ruas. a que nos recebe quando chegamos e a única a esquerda depois do único farol que aqui existe. mas com o passar do tempo muitas descobertas. domingo passado resolvemos tomar o famoso café da manhã no sítio do prefeito. sítio Sassafraz. eu não imaginava o que nos esperava. um super café da manhã e um sítio belíssimo. e o prefeito servindo. e cozinhando. vegetais orgânicos à venda, passeio à cavalo e um dia de sol. eu sinto que estamos no, nosso, lugar certo.

número 1

a pouco meu gato, breton, resolveu ir p a chácara do vizinho. um moço que não amo muito. não sei como fez isso, porque é um gato bem assustado e muito caseiro. mas foi. e me dei conta disso quando ao pegar hari no colo, olhei para a cerca e vi uma agitação danada. era cachorro para tudo q é lado e meu gato saltando como uma mola. ele quase voava. eu quase morri de susto. ele logo deu um jeito de subir em uma árvore muito alta, que óbvio, nossa maior escada não alcança. toca procurar o telefone do bombeiro. quando o bombeiro estava prestes a se encaminhar para cá, breton num salto digno de atleta grego, deixou árvore para trás e pousou em nosso gramado. são e salvo.ufa.